Vivemos tempos estranhos. Um inverno excepcionalmente quente é suficiente – desconsiderando o fato de que no decorrer do século XX a temperatura global cresceu apenas 0,6 por cento – para que os ambientalistas e seus seguidores sugiram medidas radicais para fazer algo – e fazê-lo já – quanto ao clima. No ano passado, o dito “documentário” de Al-Gore foi exibido em cinemas no mundo todo, o relatório britânico Stern – mais ou menos de Tony Blair – foi publicado, o quarto relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foi concretizado e a conferência do Grupo dos Oito anunciou a vontade de se fazer algo em relação ao clima. As pessoas racionais e defensoras da liberdade devem se pronunciar. Os ditames do politicamente correto são rígidos e apenas uma verdade autorizada, não pela primeira vez na história, nos é imposta. Todo o resto é denunciado.
O escritor Michael Crichton declarou de forma clara: “O maior desafio que enfrenta a humanidade é distinguir a realidade da fantasia, a verdade da popaganda”. Eu entendo da mesma maneira, porque a histeria do aquecimento global tornou-se o maior exemplo do problema da verdade versus a propaganda. Requer-se coragem para opor-se à verdade “estabelecida”, embora muitas pessoas – incluindo cientistas renomados – vejam a questão das mudanças climáticas de forma totalmente diversa. Eles protestam contra a arrogância daqueles que defendem a hipótese do aquecimento global estar relacionado às atividades humanas.
Como alguém que viveu sob o comunismo a maior parte da sua vida, sinto-me obrigado a dizer que vejo no ambicioso ambientalismo, e não no comunismo, a maior ameaça à liberdade, à democracia, à economia de mercado e à prosperidade, hoje. Esta ideologia quer substituir a evolução livre e espontânea da humanidade por algum tipo de planejamento central (agora global).
Os ambientalistas pedem por ação política imediata porque eles não acreditam no impacto positivo do crescimento econômico a longo prazo, e ignoram tanto o progresso tecnológico de que as futuras gerações sem dúvida usufruirão como o fato comprovado de que, quanto maior a riqueza da sociedade, maior é a qualidade do meio ambiente. Eles são malthusianos pessimistas.
Os cientistas deveriam nos ajudar e levar em consideração os efeitos políticos de suas opiniões. Eles têm como obrigação declarar suas acepções políticas e juízos de valor e o quanto estes afetam as suas seleções e interpretações das evidências científicas.
Faz algum sentido falar sobre aquecimento da Terra quando analisamos o caso no contexto da evolução do nosso planeta ao longo de centenas de milhões de anos? Todas as crianças aprendem na escola sobre as variações da temperatura, sobre as eras glaciais, sobre o clima muito mais quente da Idade Média. Todos nós percebemos que mesmo durante a nossa vida ocorrem mudanças de temperatura (em ambas as direções).
Graças a avanços na tecnologia, o crescimento da riqueza disponível, a racionalidade das instituições e a capacidade dos países se organizarem, a adaptabilidade da sociedade humana cresceu radicalmente. E ela vai continuar crescendo e vai solucionar qualquer conseqüência em potencial de variações climáticas moderadas.
Concordo com o professor Richard Lindzen, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que disse: “As gerações futuras vão se admirar com a estupidez desconcertante de que o mundo desenvolvido do início do século XXI entrou em um pânico histérico a respeito de um aumento de temperatura global médio de alguns poucos décimos de grau, e, com base em exageros grosseiros de projeções feitas por computador de forma altamente duvidosa, combinado a uma implausível cadeia de inferências, passou a contemplar a possibilidade de reverter a era industrial”.
A questão do aquecimento global tem mais a ver com ciências sociais do que naturais, e mais a ver com o homem e a sua liberdade do que com a variação de décimos de um grau Celsius na temperatura média global. Como uma testemunha do atual debate mundial sobre mudança climática, eu sugiro o seguinte:
- Pequenas mudanças climáticas não demandam medidas restritivas abrangentes
- Qualquer supressão da liberdade e da democracia deve ser evitada
- Em lugar de organizar as pessoas de cima para abaixo, deixemos que cada um viva como quiser
- Resistamos à politização da ciência e oponhamo-nos ao termo “consenso científico”, que é sempre alcançado por uma minoria barulhenta, nunca por uma maioria silenciosa
- Ao invés de falar sobre “o meio ambiente”, sejamos atentos a ele no nosso dia-a-dia
- Sejamos humildes, porém confiantes na evolução espontânea da sociedade humana. Acreditemos na sua racionalidade e não tentemos freá-la ou desviá-la em qualquer direção.
- Não nos assustemos com previsões catastróficas ou utilizemo-nas para defender e promover intervenções irracionais nas vidas humanas.
Fonte Mídia Sem Máscara
Nota: Este texto é de autoria do Presidente da República Tcheca, Václav Klaus, foi publicado na Financial Times UK, você pode ler o texto original em Inglês clicando aqui. E realmente ele têm toda razão. Na verdade parece que os países mais ricos do mundo desejam que exista mais pressões da mídia, dos ecologistas e principalmente das religiões para que, desta forma, seja tirada a liberdade das pessoas sem que haja reclamações. Eles adiando as decisões certamente as catástrofes se tornarão mais intensas e mais devastadoras, sendo solicitado pela própria população mundial que tirem deles a liberdade e a Igreja dará total apoio para o bem do Planeta. Precisamos orar muito aos pés de Cristo para que possa ser dado ao povo fiel oportunidade de arrependimento e escape, pois as coisas ficarão muito piores.