"Bolhas vão explodir"; PIB da China desacelera para "apenas" 10,1%
Os problemas econômicos dos Estados Unidos estão apenas começando e atingirão também os mercados emergentes, afirmou à Agência Estado o diretor do departamento de risco da Economist Intelligence Unit (EIU), John Bowler.
"Bolhas vão explodir em outros mercados, como os emergentes." Bowler não tem dúvidas de que esses países estão hoje muito menos vulneráveis do que no passado, já que contam com reservas externas e superávits em conta corrente.
No entanto, seguem expostos às commodities e será apenas "uma questão de tempo" para que o preço das matérias-primas comece a ceder. "Ficaria muito surpreso se, em seis meses, o petróleo estiver valendo mais do que hoje", disse.
Para as economias desenvolvidas, o diretor da EIU traça um cenário tenebroso. Ele avalia que, além dos problemas no setor financeiro, os EUA irão se deparar com defaults corporativos e aumento da inadimplência entre os consumidores.
A análise encontra eco nas palavras de Nouriel Roubini, ex-conselheiro do Tesouro norte-americano e do FMI. Ele prevê a pior crise financeira desde a Grande Depressão. O problema se espalhará por outros setores, além do crédito hipotecário. Lembra Roubini que os empréstimos imobiliários representam 67% dos ativos dos pequenos bancos.
Bowler acredita que o Federal Reserve estará mais preocupado com a deflação do que com a inflação no ano que vem. Por isso prevê que a autoridade monetária deve manter os juros.
A China anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 10,1% no segundo trimestre de 2008, em comparação com o mesmo período de 2007. O resultado foi inferior à alta de 10,6% do primeiro trimestre deste ano e de 11,9% do segundo trimestre de 2007.
A desaceleração foi influenciada pelo forte terremoto ocorrido em maio na província de Sichuan, além da redução do crescimento mundial. Além disso, a contínua alta da inflação e a falta de energia estão limitando a capacidade da economia.
Fonte Monitor Mercantil