09 outubro 2008

DOM TOMASI: "GLOBALIZAÇÃO DA JUSTIÇA É A MELHOR GARANTIA DE PAZ"

Genebra, 07 out (RV) - O Observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, Suíça, Dom Silvano M. Tomasi, fez hoje seu pronunciamento diante do Comitê Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Em seu discurso, Dom Tomasi comentou a crise financeira mundial, cujas conseqüências recaem sobre grupos vulneráveis da sociedade. Essas conseqüências, afirmou, evidenciam concretamente a falta de justiça hoje no mundo.

Além da crise financeira, para o arcebispo outro desafio que se apresenta à comunidade internacional é a mudança climática, que provoca escassez de comida e de água, a degradação do meio ambiente e o aumento dos desastres naturais. "Somado aos conflitos em algumas regiões, todos esses fatores resultam em uma intensificação da mobilidade humana forçada e em uma incerteza quanto à nossa capacidade de garantir a assistência e a proteção de que necessitam."

Todavia, afirmou Dom Tomasi, este momento pode nos recordar que a responsabilidade comum é realmente o fator determinante para o futuro da "aldeia global".

O arcebispo recordou que os desastres, quer naturais, quer provocados pelo homem, expuseram milhões de pessoas a condições de extrema pobreza e de violações de seus direitos humanos fundamentais. Essas condições as obrigaram a abandonar suas casas, alimentando a vontade de muitas outras a fazer o mesmo.

Para fazer frente a esses problemas, são necessários sim medidas políticas, assistência imediata e conhecimento técnico. Mas não basta, "é necessária uma clara dimensão ética, que deve ser colocada no centro de debate para formular decisões adequadas", destacou.

O arcebispo afirmou que a Santa Sé acompanha a atuação do ACNUR por meio de acordos e tratados. É dever de todos os Estados examinar a realidade local e adaptar os instrumentos jurídicos à evolução da mobilidade forçada e a suas condições geográficas. No entanto, Dom Tomasi advertiu para o risco da intolerância por parte dos países que acolhem refugiados. Risco que deve ser decididamente evitado.

Em nosso mundo interconectado, afirmou, os refugiados e os deslocados nos interpelam por meio de nossa comum humanidade. "A globalização da justiça e da solidariedade é a melhor garantia de paz e de futuro comum.

"Por fim, Dom Tomasi acrescentou que a mobilidade não é um fenômeno isolado de outras realidades sociais. É o resultado de decisões políticas e de lacunas nas ações preventivas.

Uma resposta adequada, concluiu, não é possível sem coerência nas ações das agências e dos protagonistas envolvidos. Assim como os instrumentos jurídicos são necessários, do mesmo modo o são a cultura da solidariedade e a eliminação das causas da mobilidade forçada. (BF)

Fonte Radio Vaticano

Nota: Palavra em moda - Globalização - tudo está sendo globalizado, até a Religião, brevemente até a lei católica assimirá o lugar da Lei Universal escrita com o dedo de Deus. A existência de uma justiça globalizada, requer uma lei globalizada, pois não existe justiça sem lei. Observando os motivos pelos quais é apontado a necessidade de uma "justiça globalizada", verificamos que são os mesmos apresentados neste espaço e em muitos outros.

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