"Para transformar de verdade a nossa economia, garantir nossa segurança e salvar nosso planeta das mudanças climáticas, é necessário que as fontes de energia limpa e renovável sejam também rentáveis", indicou Obama, em seu primeiro discurso no Congresso como presidente.
"Assim, pesso ao Congresso que me envie uma legislação estabelecendo cotas para as emissões de gases causadores do efeito estufa, baseadas no mercado e que estimule a produção de mais energia renovável nos Estados Unidos", acrescentou.
Os Estados Unidos são o maior produtor de gases poluentes. O governo anterior, de George W. Bush, se negou a ratificar o protocolo de Kyoto, que impõe objetivos para a redução das emissões, que estão entre as principais causas do aquecimento global.
Obama advertiu que seu país está atrasado no setor energético, e anunciou a meta de duplicar, em três anos, a produção nacional de energia renovável.
Um sistema de comércio de emissões de CO2 estabeleceria um limite para a quantidade de gases poluentes que as companhias podem produzir, forçando as mais poluidoras a reduzir seus níveis de emissão e estimulando o investimento em energia limpa.
O governo Bush argumentava que a implementação de semelhante projeto encareceria demais a produção das empresas.
No início do mês, em uma entrevista ao jornal The New York Times, o secretário americano de Energia, Steven Chu, mencionou um possível sistema de taxas sobre as emissões de dióxido de carbono.
A idéia foi pouquíssimo mencionada durante a campanha presidencial, considerada tabu pelos candidatos, que não queriam se arriscar a propor um encarecimento da produção em tempos de crise - mesmo sendo em prol do meio ambiente.
Desde a chegada de Obama ao poder, o Congresso trabalha para redigir um sistema de negociação de cotas de emissões de gases causadores do efeito estufa, baseado no modelo que foi implantado na União Européia.