04 fevereiro 2009

Papa: necessidade de «nova síntese entre capital e trabalho»

Recebi esta informação por e-mail e sendo conhecedor destas declarações de Ellen White:

"Bem depressa se aproxima o tempo em que o poder controlador dos sindicatos será muito opressivo". Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 141.

"Os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo". Carta 200, 1903.

Resolvi postar, tire suas conclusões.

[Colaboração: Fernando Machado]

Notícia no mínimo interessante (sindicato X trabalho X crise)

A atual crise econômica e social é «uma oportunidade que a Igreja deve aproveitar»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A crise econômica exige encontrar uma nova relação entre capital e trabalho, considera Bento XVI, que afirma também que a conjuntura interpela também à Igreja.

«O grande desafio e oportunidade, que a preocupante crise econômica do momento convida a saber aproveitar, consiste em encontrar uma nova síntese entre bem comum e mercado, entre capital e trabalho», afirmou o Papa ao receber no sábado passado os membros da Confederação Italiana Sindical dos Trabalhadores (Confederazione Italiana Sindicati Lavoratori, CISL).

O pontífice recebeu os dirigentes do sindicato por ocasião do 60º aniversário de sua fundação. A CISL surgiu em 1948 como uma excisão da Confederazione Italiana dei Lavoratori (CIL, fundado em 1918 como resposta à Rerum Novarum de Leão XIII).

Em seu discurso, Bento XVI afirmou que o mundo do trabalho é «a chave essencial» de toda a questão social, «porque condiciona o desenvolvimento, não só econômico, mas também cultural e moral, das pessoas, das famílias, das comunidades e da humanidade inteira».

Citando João Paulo II, o Papa sublinhou que a Igreja «nunca deixou de considerar o problema do trabalho dentro de uma questão social que foi assumindo progressivamente dimensões mundiais».

A crise econômica e social atual «está afetando especialmente o mundo do trabalho» e requer «um esforço livre e responsável por parte de todos; ou seja, é necessário superar os interesses particulares e de setor, para enfrentar as dificuldades juntos e unidos».

«Nunca como hoje se advertiu uma urgência semelhante», constatou.

Diante da atual crise, acrescentou o Papa, é necessário realizar um «apelo à solidariedade e à responsabilidade de todos», assim como trabalhar juntos. «As dificuldades que o mundo do trabalho atravessa impulsionam a uma organização específica e mais compacta entre todos os componentes da sociedade», acrescentou.

Neste sentido, insistiu no importante papel que devem desempenhar os sindicatos na hora de encontrar esta nova relação entre capital e trabalho, até o ponto de considerá-los «um elemento indispensável da vida social, especialmente nas modernas sociedades industrializadas».

«Desejo, portanto, que da atual crise mundial brote a vontade comum de dar vida a uma nova cultural da solidariedade e da participação responsável, condições indispensáveis para construirmos juntos o futuro do nosso planeta», acrescentou.

Sindicato para o trabalhador

O repassar a história da CISL, o Papa destacou o empenho histórico deste sindicato em «fundar sua atuação nos princípios da doutrina social da Igreja e na prática de um sindicalismo livre e autônomo de facções políticas e de partidos».

«No pleno respeito da legítima autonomia de toda instituição, a Igreja, especialista em humanidade, não se cansa de oferecer a contribuição de seu ensinamento e de sua experiência àqueles que pretendem servir a causa do homem, do trabalho e do progresso, da justiça social e da paz», acrescentou.

O Papa convidou os sindicalistas a renovarem «o entusiasmo do início e redescobrir ainda mais vosso carisma original».

«O mundo precisa de pessoas que se dediquem com desinteresse à causa do trabalho no respeito pleno à dignidade humana e do bem comum. A Igreja, que valoriza o papel fundamental dos sindicatos, está próxima de vós hoje como ontem, e está disposta a ajudar-vos, para que possais cumprir da melhor forma possível vosso dever na sociedade», afirmou.

Fonte: http://www.zenit.org/article-20702?l=portuguese