18 setembro 2009

Acreditar em extraterrestres não é necessariamente oposto à fé, reitera autoridade vaticana


Pe. José Gabriel Funes, Diretor do Observatório Vaticano (Foto)

ROMA, 17 Set. 09 / 04:35 am (ACI).- O P. José Gabriel Funes, Diretor do Observatório Vaticano, reiterou que não existiria oposição entre acreditar na existência de extraterrestres e ao mesmo tempo acreditar em Deus; e assinalou que esta perspectiva já a sustentava também no século XIX o Pe. Angelo Secchi, astrônomo jesuíta do Observatório do Colégio Romano.

Em entrevista concedida ao L'Osservatore Romano, o sacerdote explica que o Pe. Secchi foi o primeiro cientista em classificar as "estrela segundo seus espectros" e que, no tema dos extraterrestres, "não se pode excluir a priori esta possibilidade".

Considerou deste modo que "é muito difícil pensar em poder estabelecer um contato" com extraterrestres já que "está o obstáculo quase insuperável das distâncias no universo. Mas excluí-lo é também parte da evolução do desenvolvimento científico: é necessário recordar que com a atual tecnologia já seria muito complicado ir além do sistema solar".

Logo depois de comentar que sobre este tema não recebeu "nenhuma convocatória da Congregação para a Doutrina da Fé ou das autoridades acadêmicas", o Pe. Funes afirma que "como cientista estou sempre disposto a atualizar minhas idéias ante os resultados das últimas investigações. Por exemplo, no tema da extensão espacial e temporal do universo, eu acredito que é finito (…) enquanto que outros consideram que é infinito".

"Existem teorias interessantes sobre isto –prossegue como a do chamado 'multiverso', mas seguem sendo meramente especulativos: o problema está em como prová-las".

O sacerdote argentino assegura que a astronomia é um elemento que pode contribuir no diálogo entre os povos, já que esta pode ajudar a "compreender que todos os homens da terra estão sob o mesmo céu e olham ao mesmo céu".

"É evidente que hoje não se pode fazer investigação sem colaboração. Um país por si só não pode construir um grande telescópio: é necessário trabalhar com outras pessoas, também de outras religiões ou culturas. Assim é como a astronomia pode ficar ao serviço do diálogo".

Seguidamente indicou que o astrônomo deve ter sempre "bem postos os pés sobre a terra" e que a "investigação científica exige uma cultura do esforço, do trabalho. É assim que ela pode ser útil, também e sobre tudo, para os jovens".

Seguidamente esclarece que "segundo uma mentalidade amplamente difundida, para ser cientista é necessário, forçosamente, ser ateu. Não é certo. Muito bem afirmou o Papa na Missa da Epifania, quando assinalou que 'não poucos cientistas –seguindo ao Galileo– não renunciam nem à razão nem à fé, e assim valorizam ambas e em amplitude, em sua recíproca fecundidade'".

"Eu escolhi ser astrônomo porque acredito que no universo é possível encontrar a Deus. E o sigo sendo com a mesma convicção", concluiu.

Fonte ACI Digital

Nota: Para melhor compreensão do tema sugiro a leitura dos post do blog Minuto Profético do Pastor Sérgio Santeli.