(6/11/2008) Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos com números esmagadores, mobilizou milhões de pessoas de todas as camadas sociais, despertou uma nova geração de eleitores para o fenómeno político, promete mudar a América e também alterar a face do mundo, que olha para ele como um portador de esperança.
A crise internacional será o grande desafio a enfrentar de imediato por Barack Obama, cujo triunfo foi recebido um pouco por todo o mundo com palavras como "mudança", "histórico" e "esperança". As reacções à clara vitória sobre John McCain foram entusiasmadas, tanto nos Estados Unidos, onde a mobilização eleitoral foi surpreendente, como no exterior, sobretudo entre os aliados europeus. Mas também por parte de países como Cuba ou Irão, que surgem na lista dos tradicionais inimigos dos americanos. E o discurso de vitória, celebrado em Chicago perante centenas de milhares de apoiantes entusiasmados, correspondeu às expectativas. Não só pelo tom, cativante como sempre, mas sobretudo pelo conteúdo: Obama prometeu relançar a economia, combater a crise financeira, retirar as tropas responsavelmente do Iraque e investir o potencial militar dos Estados Unidos na luta à Al-Qaeda e aos seus aliados talibãs no Afeganistão.
Foi um discurso de mudança, cheio de sentido histórico e com uma mensagem de esperança, a reflectir a forma como foi acolhido pelo mundo. Depois de uma era Bush marcada pelo unilateralismo - em que a invasão do Iraque sem o aval da ONU foi a marca mais visível - Obama promete agora uma América dialogante, capaz, porém, de se mostrar forte também quando for preciso. Da América e destas eleições sai ainda uma tremenda mensagem. O racismo que era desmentido há décadas pelos inquéritos sociológicos, mas que subsistia nas diferenças sociais e económicas, foi agora derrotado sem hesitações nas urnas. Os americanos - que, apesar de Thomas Jefferson ter proclamado que todos os homens nasceram iguais, tardaram um século a abolir a escravatura e outro a reconhecer direitos cívicos aos negros - mostraram na terça-feira serem capazes de ter heróis negros. Já não um basquetebolista , um cantor ou uma apresentadora de televisão, mas um político. Isso é um passo gigantesco. Sobretudo, porque o futuro inquilino da Casa Branca se chama Barack Hussein Obama e é filho de um imigrante do Quénia e de uma branca do Kansas.
Fonte Rádio Vaticano