País - A chuva que já fez mais de 80 mortes
“Isso é uma demonstração do que as mudanças climáticas são capazes, mesmo num Estado como Santa Catarina com o melhor sistema de Defesa Civil do Brasil” disse o especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre.
Convidado do Seminário Franco-Brasileiro de Mudanças Climáticas, Nobre considera inegável que o homem esteja influenciando as variações de temperatura do planeta, e de "uma forma sem precedentes na nossa história". Mais do que influir na amplitude das mudanças climáticas, o climatologista considera que o homem aumenta a velocidade do aquecimento pelo qual o mundo passa, e numa ordem de
Nesse cenário catastrófico, o Brasil pode desempenhar um papel muito importante, apesar de estar numa posição vulnerável, de acordo com o especialista.
“O Brasil ainda é um país em desenvolvimento e tem 50% de sua população abaixo da linha da pobreza, mas a redução de emissões no país não afetaria diretamente a sua economia” disse.
Nobre explica que 80% das emissões de CO2 da China, por exemplo, estão associadas diretamente ao crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB). Poluir menos, portanto, significaria diminuir o crescimento do país. No Brasil, contudo, 55% das emissões estão relacionadas ao desmatamento.
“Quando diminuir o desmatamento na Amazônia, o Brasil vai se tornar um dos países mais limpos do mundo, e sem que a sua economia sofra impactos negativos” garantiu.