Milhares de pessoas desalojadas, feridas e sem saberem dos seus familiares vagueiam pelas ruas do Haiti, no meio do caos, já que mais de 24 horas depois do sismo é pouca a ajuda que chega ao país. O medo das réplicas e os poucos abrigos levaram muitas pessoas a dormirem ao ar livre e há feridos a fazerem centenas de quilómetros para encontrarem ajuda médica. Enquanto não chegam equipas de salvamento estrangeiras, muitas vítimas continuam soterradas nos escombros.
A Cruz Vermelha Internacional (CVI) estima que serão necessários 6,8 milhões de euros para ajudar as vítimas do pior sismo dos últimos 200 anos no Haiti, mas nas primeiras 24 horas - cruciais - milhares de pessoas ficaram sem qualquer ajuda num país extremamente pobre.
As estimativas do número de vítimas mortais vai de 50 mil a 500 mil pessoas, consoante as fontes, mas a catástrofe agrava-se com a falta de meios no terreno.
"Há demasiada gente a morrer, precisamos de ajuda internacional. Não há comida, nem água, nem médico, nem telefone, nada", queixavam-se alguns rapazes que encontraram jornalistas internacionais nas ruas.
O dinheiro pedido pela CVI destina-se a providenciar abrigos temporários, cuidados médicos, saneamento, abastecimento de água e apoio psicológico, precisou, em comunicado, o coordenador das operações da federação no Panamá, Mauricio Bustamante.
À deriva e sem amparo
Pessoas feridas e traumatizadas percorrem quilómetros até à República Dominicana (país na outra metade da ilha de Santo Domingo) para tentar obter ajuda médica; milhares dormem em parques e nas ruas sem qualquer ajuda, incluindo creianças órfãs que vagueiam desamparadas.
O número de mortos poderá subir muito pela falta de meios de resgate dos soterrados que ainda estão vivos. Ouvem-se gritos de pessoas por entre os escombros, mas não há maquinaria para as retirar.
Os cadáveres espalhados são um foco de doenças: alguns são embrulhados em lençóis e mantas porque não há sacos próprios para os embalar.
Apesar das promessas de ajuda de quase todo o mundo, não há sinal de operações organizadas a nenhum nível e cabe aos sobreviventes com capacidade física e mental mais robusta dar alguma assistência aos concidadãos mais desesperados.
"É o pior cenário que alguma vez vi. Há muita devastação numa área muito concentrada e vai demorar dias, ou semanas, até escavar por entre tudo isto", disse, à CNN, Bob Poff, director dos serviços de catástrofe do Exército de Salvação no Haiti.
Ajuda a caminho
O presidente brasileiro Lula da Silva propôs a Barack Obama que o seu país, juntamente com os Estados Unidos e com as Nações Unidas, fique responsável por coordenar a ajuda humanitária ao Haiti, devastado por um sismo esta terça-feira.
O chefe de Estado brasileiro salientou que o seu homólogo norte-americano já concordou com a proposta e terá dito que "vai reunir-se com Bill Clinton, enviado especial da ONU no Haiti".
O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, viajou quarta-feira para Port-au-Prince, capital do Haiti, para avaliar no terreno as necessidades mais urgentes do país e coordenar as acções de assistência, depois do Brasil ter anunciado um donativo de 10 milhões de dólares para a reconstrução do país.
Está ainda prevista a chegada ao Haiti de um avião da Força Aérea brasileira com medicamentos e 14 toneladas de alimentos e sexta-feira partirá outra aeronave com meia centena de bombeiros e cães para participar no resgate de sobreviventes.
O México vai enviar para o Haiti três aviões e um navio-hospital com 70 toneladas de alimentos, bem como uma centena socorristas, médicos e técnicos, anunciou quarta-feira o presidente mexicano Felipe Calderon.
Três aviões com socorristas, médicos e um hospital móvel vão partir hoje dos arredores de Moscovo com destino ao Haiti, informou o Ministério para as Situações de Emergência da Rússia.
Os aparelhos vão transportar para o país das Caraíbas equipas de socorristas, cães treinados para a busca de vítimas de desastres naturais, psicólogos, um hospital móvel, dois helicópteros, vários veículos todo o terreno e outros equipamentos necessários para operações de resgate e assistência às pessoas atingidas pelo sismo.
Fonte SIC
Nota: O que aconteceu no Haiti é apenas uma amostra do que acontecerá no último dia. O terremoto que ocorrerá um pouco antes da volta de Cristo desvastará o mundo (Apocalipse 6:12-14). Este que devastou Porto Princípe é apenas uma minúscula amostra daquele que virá. Precisamos orar pelas vítimas e fazer o que for possível para ajudá-las.