15 outubro 2009

Um bilhão de famintos


ONU diz que a crise econômica e a falta de vontade política multiplicaram os subnutridos no planeta.

Uma combinação da crise alimentar e da desaceleração econômica global fez com que mais de 1 bilhão de pessoas, quase um sexto da população mundial, passasse fome em 2009, informou ontem a ONU (Organização das Nações Unidas).

O dado confirma a perspectiva pessimista divulgada anteriormente, com um saldo de cerca de 100 milhões de pessoas famintas a mais do que em 2008.

Segundo as organizações, o aumento no número de pessoas que passam fome não é resultado de problemas na produção agrícola, mas sim dos altos preços dos alimentos – particularmente em países em desenvolvimento –, menor renda e perda de empregos.

Mesmo antes da crise alimentar e da recessão econômica, o número de desnutridos cresceu por uma década, revertendo o progresso obtido nos anos 1980 e início dos 1990.

A FAO (Organização para a Agricultura e Alimentos da ONU) e o Programa Mundial para a Alimentação (WFP, na sigla em inglês) disseram que um total 1,02 bilhão de pessoas estão subnutridas em 2009, maior número em três décadas.

O relatório foi divulgado em Roma, às vésperas do Dia Mundial da Alimentação, amanhã. Trezentos especialistas estão reunidos em Roma, sede da FAO, para debater “Como alimentar o mundo em 2050”.

O relatório aponta que a maior parte das pessoas desnutridas se encontra na região Ásia-Pacífico (642 milhões), seguida da África Subsaariana (265 milhões), América Latina (53 milhões) e da região que compreende o Oriente Médio e o norte da África (42 milhões). Nos países desenvolvidos, 15 milhões de pessoas sofrem com a fome.

Em 2050, o mundo terá 9,1 bilhões de pessoas

A população mundial passará de 6,8 bilhões de pessoas hoje para 9,1 bilhões em 2050, segundo a ONU.

Em 2008, o WFP elevou para US$ 5 bilhões o necessário para alimentar os pobres _ desde 2006, os preços dos alimentos vêm aumentando. Até o momento, neste ano, a entidade recebeu US$ 2,9 bilhões e teve que reduzir a ração de alimentos em Bangladesh e no Quênia.

– Temos os meios econômicos e técnicos para fazer a fome desaparecer, o que falta é vontade política – disse o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, em Roma.

Fonte Diário Catarinense