Índia, China e Estados Unidos, grandes poluidores, não confirmaram presença
Mais de 60 chefes de Estado – entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel – devem ir à reunião das Nações Unidas sobre o clima, em Copenhague, em dezembro.
O encontro na Dinamarca, entre 7 e 18 de dezembro, deve produzir um acordo mundial para enfrentar as mudanças climáticas que substitua o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
No entanto, nas últimas semanas, declarações dos governos dos Estados Unidos e da China reduziram as esperanças de que se chegue a um tratado consistente.
Agora, com a confirmação das presenças de pesos pesados da política mundial, as expectativas devem voltar a crescer. O presidente americano, Barack Obama, entretanto, ainda não confirmou presença.
Na sexta-feira, o chefe das Nações Unidas para mudança climática, Yvo de Boer, afirmou que a presença de Obama "faria uma enorme diferença".
Geralmente, são ministros de meio ambiente que participam dos últimos dias das reuniões anuais de mudanças climáticas da ONU.
'Participação crucial'
O encontro de Copenhague vai reunir representantes e negociadores de 192 países e, dadas as expectativas sobre um novo acordo, deve levar cerca de 8 mil pessoas, entre delegações, jornalistas e observadores, à capital dinamarquesa.
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, afirmou que a participação dos chefes de Estado será "crucial" para o sucesso do encontro.
"É por isso que estamos animados que mais de 60 chefes de Estado e governo terem confirmado a presença, e tão importante quanto isso é o fato de que vários outros também deram sinais positivos", afirmou Rasmussen, depois da convenção do seu partido, Liberal, no domingo, segundo um porta-voz.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que já confirmou sua participação, afirmou que um novo acordo está mais próximo se os próprios chefes de governo estiverem dispostos a pôr em jogo as suas reputações.
'Forte convicção política por acordo'
O colega australiano de Brown, Kevin Rudd, que deve ter um papel importante no encontro, disse acreditar que os participantes do encontro são capazes de chegar a um acordo político não obrigatório, que poderia ser aperfeiçoado ao longo do ano que vem.
"Acho que há um alto e forte grau de convicção política de muitos dos líderes ao redor do mundo para que se chegue a um acordo em Copenhague", disse Rudd.
No entanto, chegar ao que ele classificou de "estrutura de acordo operacional", para Rudd, "não é inevitável", e as negociações devem ser "muito duras".
A Austrália é o maior exportador de carvão – considerado um dos combustíveis fósseis mais poluentes – do mundo e tem as maiores emissões per capita do planeta.
Para Rudd, todos os países entram no encontro "de mãos sujas", portanto, isso não deve atrapalhar um acordo.
Por enquanto, os outros maiores poluidores – China, Estados Unidos e Índia – não confirmaram presença em Copenhague.
Fonte BBC