Um dos textos utilizados pelos defensores da imortalidade da alma é encontrado em Mateus 22: 29-32, que diz:
“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus; Porque, na ressurreição, nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus, no céu. E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.”
O argumento utilizado é a afirmação de Cristo ao dizer: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”. Portanto, se “Deus não é Deus de mortos, mas sim dos vivos”, a conclusão tirada é que Abraão, Isaque e Jacó estão vivos no seio de Abraão. Como Abraão poderia ficar em seu próprio seio? Os mortos antes de Abraão ficaram onde?
Novamente é utilizado um texto fora do seu contexto, e, assim, se torna um pretexto para justificar uma doutrina que não é corroborada pela Bíblia.
Para entendermos esse texto precisamos responder duas perguntas básicas:
1. Qual o assunto principal no texto?
2. Quem começou o assunto?
O assunto principal é a Ressurreição, veja verso 31. O assunto surgiu a partir da ideia de não existir ressurreição dos mortos, ideia defendida pelos saduceus, elaboradores da pergunta. Um dos argumentos utilizados por eles para tentar “provar” que a ressurreição não poderia ocorrer, era um texto de Moisés encontrado em Deuteronômio 25:5, texto citado no verso 24. Eles usam um caso onde uma mulher casada que ficara viúva, deveria se casar com um dos irmãos, e, se este vier a morrer, o próximo irmão deve fazer o mesmo, e assim por diante. Portanto, quem seria o marido dela após a ressurreição se ela se casasse com sete irmãos? Esta pergunta, para muitos, ficava sem resposta. Mas Jesus foi direto, afirmando: “Errais não conhecendo as escrituras nem o poder de Deus”, verso 29. Com esta declaração Jesus afirmou que eles estavam distorcendo as escrituras (Bíblia), e nem conheciam o poder de Deus que é capaz de ressuscitar qualquer pessoa, algo que o próprio Jesus fez com Lázaro após quatro dias no túmulo, e com muitos outros.
Foi nesse contexto que Jesus afirmou: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.
Então devemos entender claramente que o fato de alguém está morto não significa que este não voltará à vida; a morte do filho de Deus é considerada ao sono (João 11: 11-14); estão eles dormindo aguardando o dia da ressurreição, portanto, Deus é o Deus que trará Abraão, Isaque, Jacó, Josué, Davi e muitos outros de volta à vida, e, assim, receberão a vida eterna.
Jesus não estava falando de vida após a morte, mas de ressurreição dos mortos. Não devemos confundir as escrituras, como fizeram os saduceus, utilizando uma declaração de Moisés que nada tem haver com ressurreição para justificar suas ideias errôneas. Do mesmo modo existem pessoas utilizando esta passagem que fala de ressurreição, para falar de vida após a morte, para esses repito a declaração de Cristo: “Errais não conhecendo as escrituras, nem o poder de Deus”.
Leia: Eclesiastes 9: 5-6.
Resta Uma Esperança