12 fevereiro 2010

Nem terremotos se comparam ao poder destrutivo do homem

Lista de desastres naturais ao longo do tempo é interminável, mas só as guerras do século 20 provam que o homem é quem melhor desfere golpes fatais

Desde os primórdios do tempo os homens atribuem aos seus deuses as ações da natureza. Pensam que tudo o que acontece é para recompensá-los ou puni-los.

Por todo o mundo existem sinais da revolta da natureza. Ocorrem terremotos e tsunamis. A explosão do Vesúvio, no ano de 79 d.C, sepultou Pompeia, que até hoje é atração turística da Itália. Qual foi o pecado dos seus habitantes?

Os terremotos dão uma lista sem fim de tragédias. Na Antióquia, no território que hoje é a Síria, um tremor deixou 250 mil mortos em 526. Em 551, outro destruiu Beirute, no Líbano. Em 1556, a chinesa Saanxi perdeu 830 mil vidas no mais mortífero terremoto de que já se teve notícia.

Em 1643, o Chile perdeu um terço de seus habitantes. Em 1737, um tremor arrasou Calcutá, na Índia, com a morte de 300 mil habitantes. Em 1811, um fenômeno sísmico fez o Rio Mississipi correr ao contrário.
A insaciável fome das placas tectônicas continua durante os anos. Caracas, Venezuela, foi destruída em 1812. San Salvador, em 1854. Um terço de Tóquio, em 1923. [Faltou citar o terremoto de Lisboa em 1755. De uma população de 275 mil habitantes em Lisboa, crê-se que 90 mil morreram]

Em 2004, um tremor perto da costa da ilha de Sumatra, Índia, provocou um tsunami que afetou 13 países e deixou um saldo de 266 mil mortos. Em 2008, um terremoto em Sichuan, China, matou 80 mil. E o mais recente deles, o do Haiti, totaliza por enquanto mais de 212 mil mortos.

Mas, apesar de seus efeitos, terremoto algum se compara com a destruição e as mortes causadas pelo homem.

No século 20, na 1ª Guerra (1914-1918) morreram 15 milhões. A Guerra Civil da Rússia (1918-1921), a revolução comunista na fase de Lênin, o primeiro grande líder, matou 9 milhões –incluindo os que morreram de fome.

No período de Stalin (1924-1953), o maior líder da União Soviética, as estimativas de mortes vão de 20 milhões a 50 milhões. Pelos arquivos não se chegou a um número.

Segundo Zbigniew Brzezinski, polonês-americano que foi secretário de Estado dos EUA no governo de Jimmy Carter entre 1977 e 1981, Hitler, o ditador nazista, matou 25 milhões do total de 55 milhões da 2ª Guerra (1937-1945).

Em sua guerra civil (1945-1947), os chineses sacrificaram 2,5 milhões de irmãos. E, no regime de Mao Tse Tung (1945-1949), houve mais 40 milhões de mortes.

A divisão libanesa

Em 1922 o Líbano, então parte do Império Otomano, passou para administração da França que, em 1943, concedeu-lhe independência com uma Constituição que dividia o poder, desde a presidência até o funcionalismo, segundo etnias e religiões.

Em 1975, começou uma guerra civil que contou com disputas entre religiões e etnias, a participação de refugiados palestinos e a invasão de Israel.

Tudo isso num país de apenas 10 mil km², cerca de 4 milhões de habitantes e com representações de todas as religiões e etnias do Oriente Médio. O conflito durou até 1990, deixando uma estimativa de mortes que varia de 130 mil a 250 mil.

No final dos 15 anos de conflito, Beirute – uma joia em belezas naturais e em construções de todos os povos que por ela andaram em seus 5 mil anos de existência – havia sido em grande parte destruída.

Conhecida como a Paris do Oriente Médio e centro cultural com intensa vida moderna, bairros elegantes, mulheres sofisticadas e sistema financeiro similar ao da Suíça, Beirute estava arrasada.

Os libaneses recomeçaram a reconstruir assim que assinaram uma paz interna. Mas sinais do passado tinham sido severamente destruídos. Anos de trabalhos de restauração se seguiram. Os arqueólogos recuperaram preciosidades nas ruínas e lixo. Mas as perdas foram incomensuráveis.

Em 2006, ocorreu o que se chamou de Segunda Guerra do Líbano. Houve evidências do que se qualificou de “cegueira estratégica” dos políticos e planejadores que recusaram às forças israelenses uma vitória provável e possível. Não houve a tão buscada extinção da presença do grupo libanês xiita Hezbollah do sul do Líbano ou o aumento do poder de dissuasão de Israel.

O país não se preparara. Aparentemente imaginou que suas pressões dariam às forças armadas libanesas o monopólio do poder militar do país.

Como consequência do erro de cálculo, Israel passou a ser visto como fraco. Erro que paga até hoje. Concentrara o principal de sua operação na força aérea. O reduto moderníssimo do Hezbollah em Beirute foi bombardeado e em grande parte destruído.

Toda cidade sofreu com o atraso no programa de reconstrução. O poder político do Hezbollah cresceu. Aliado do Irã, especula-se que tenha sido armado com 40 mil poderosos mísseis capazes de atingir todos os cantos de Israel. Assim se afirma em Jerusalém.

Corre-se o mundo. Em milhares de anos e incontáveis terremotos, as forças da natureza não chegaram nem perto de competir com o poder de destruir do homem.

Fonte Último Segundo

Nota: O poder destrutivo da natureza é indiscutível, porém, realmente, o poder destrutivo do homem, contaminado com o pecado, é o pior dos males que atinge este planeta. Por esse motivo irá chegar o dia em que todos prestarão contas com o Juiz do Universo.

Essa lista de desastres e guerras, afirmou Jesus, é só o princípio das dores. (Mateus 24:3-8)