O Vaticano e o próprio Papa têm tido várias intervenções em favor de uma "economia verde" e do respeito pelo meio ambiente, traduzidas em palavras e gestos práticos. A reciclagem, por exemplo, é já uma realidade implantada no Vaticano: um ano após o início da recolha diferenciada de lixo no pequeno Estado, 42% dos contentores para os resíduos são destinados a materiais recicláveis.
Esta realidade confirma o crescimento da preocupação ecológica no Vaticano, particularmente visível no complexo fotovoltaico que foi instalado em 2008 no tecto da sala Paulo VI: dos quase 5 mil metros quadrados de superfície da cobertura, cerca de 2 mil foram substituídos por painéis solares, enquanto que o restante é utilizado como tela para aumentar a quantidade de energia captada.
Na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2008, Bento XVI defendia que "a família precisa duma casa, dum ambiente à sua medida onde tecer as próprias relações. No caso da família humana, esta casa é a terra, o ambiente que Deus criador nos deu para que o habitássemos com criati-vidade e responsabilidade".
"Devemos cuidar do ambiente: este foi confiado ao homem, para que o guarde e cultive com liberdade responsável, tendo sempre como critério orientador o bem de todos", apontou então.
O Papa não faz da ecologia uma religião e observa que "respeitar o ambiente não significa considerar a natureza material ou animal mais importante do que o homem; quer dizer antes não a considerar egoisticamente à completa disposição dos próprios interesses, porque as gerações futuras também têm o direito de beneficiar da criação, exprimindo nela a mesma liberdade responsável que reivindicamos para nós".
"Actualmente a humanidade teme pelo futuro equilíbrio ecológico. Será bom que as avaliações a este respeito se façam com prudência, no diálogo entre peritos e cientistas, sem acelerações ideológicas para conclusões apressadas e sobretudo pondo-se conjuntamente de acordo sobre um modelo de progresso sustentável, que garanta o bem-estar de todos no respeito dos equilíbrios ecológicos", escreveu já o Papa.
No final do ano passado, o Papa chamou a atenção para a "nossa responsabilidade para com a Terra", frisando que a mesma "não é uma propriedade nossa que podemos explorar segundo os nosso interesses e desejos".
"O facto de a Terra, o cosmos, espelharem o Espírito criador, significa que as suas estruturas racionais - que para lá da ordem matemática se tornam quase palpáveis na experimentação - trazem em si uma orientação ética", apontou.
Bento XVI afirmou que "dado que a fé no Criador é uma parte essencial do Credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis apenas e mensagem de salvação, ela tem uma responsabilidade em relação à criação".
Energia e água
Já na mensagem para o Dia da Paz 2007, Bento XVI falava especificamente do problema do "abastecimento energético".
"Nestes anos, novas nações entraram decididamente no sector da produção industrial, aumentando as necessidades energéticas. Isto está a provocar uma corrida sem precedentes aos recursos disponíveis", alertava.
Ao mesmo tempo, escrevia, "persistem ainda em algumas regiões do planeta situações de grande atraso, onde o desenvolvimento está praticamente bloqueado devido também ao aumento dos preços da energia".
Em causa está, segundo Bento XVI, a imposição de um "tipo de desenvolvimento ou de não-desenvolvimento" derivado da escassez de reabastecimento energético. O Papa admite que a corrida às fontes de energia possa gerar mais injustiças e conflitos, em especial pela reacção de quem ficar de fora.
"A destruição do ambiente, um uso impróprio ou egoísta do mesmo e a apropriação violenta dos recursos da terra geram lacerações, conflitos e guerras, precisamente porque são fruto de um conceito desumano de desenvolvimento. Com efeito, um desenvolvimento que se limitasse ao aspecto técnico-económico, descurando a dimensão moral-religiosa, não seria um desenvolvimento humano integral e terminaria, ao ser unilateral, por incentivar as capacidades destruidoras do homem", avisa o Papa.
A água é outra preocupação papal, que a considera "um direito inalienável" e um recurso precioso que a comunidade internacional deve gerir de forma a permitir que todos possam ter acesso a ele.
Fonte Agência Ecclesia
Nota: Nada contra a proteção ao meio ambiente, pelo contrário, temos o dever de protegê-lo. O problema está em como será realizado, adotando o sábado para o descanso semanal de acordo com a Bíblia, ou o domingo como quer Bento XVI? Pois muitos já ensinam que a terra deve parar em um dia da semana.