Entre estudos e opiniões pessoais, a humanidade continua sem saber ao
certo até que ponto a poluição realmente contribui para o aquecimento
global. Cientistas americanos apresentam uma ideia interessante: o
aquecimento global é sim uma realidade, e seus efeitos podem ser
nocivos. Mas isso não é causado tanto pelo excesso de dióxido de carbono
(CO2) como se imaginava.
A pesquisa, conduzida por climatologistas da Universidade do Oregon
(EUA), é patrocinada pelo programa nacional de paleoclimatologia dos
Estados Unidos. E não é por acaso: a teoria formulada está relacionada a
essa ciência, que estuda a variação da temperatura da Terra ao longo
dos seus mais de quatro bilhões de anos de existência.
Os cientistas fizeram um resgate histórico do clima ao redor do
mundo. Eles criticam a maioria dos estudos na área, que só analisam a
temperatura do planeta a partir do século XIX, em um contexto após a
revolução industrial. Segundo eles, o resultado de uma pesquisa assim
pode ser enganoso, porque ignora milhares de anos anteriores onde o
clima da Terra esteve em constantes mudanças.
Por esse motivo, eles reconstruíram a trajetória da temperatura no
planeta desde o fim da última Era Glacial, há mais de 21 mil anos. Desde
aquela época até o início da revolução industrial (que faria a taxa
total de CO2 ser três vezes maior do que na época anterior a ela), houve
uma série de fatores decisivos para regular o clima de cada região do
globo.
O que os cientistas fizeram foi analisar a atuação e influência de
cada um desses fatores, em separado. Quesitos como o nível do mar, o
nível de umidade do ar e de poeira na atmosfera foram levados em conta
ao lado da quantidade de CO2 presente no ambiente ao longo da história.
Foi apurado, de maneira geral, que a maioria dos modelos climáticos
superestimam os efeitos da variação do CO2 no ambiente para determinar o
clima. Durante a última Era do Gelo, por exemplo, houve uma sensível
diminuição do dióxido de carbono, que na teoria deveria levar a Terra a
um congelamento total, inclusive nos trópicos. Mas o efeito não foi tão
grande assim: alguns oceanos nem chegaram a congelar por completo.
As variações no nível dos oceanos e na umidade do ar, por outro lado,
mostraram uma influência mais forte em vários momentos, inclusive no
que determinou o final do último período glacial. O CO2, portanto, é
realmente mais uma carta no baralho, mas não se pode dizer que seja a
mais essencial.
Fonte Hypescience