Do tamanho do Pão de Açúcar e mais preto que carvão, um grande asteroide
passará nesta terça-feira bem perto da Terra, a uma distância inferior à
da Lua. A passagem é incomum, já que, a maioria dos asteroides deste
tamanho não passa próximo ao nosso planeta. O YU 55 tem cerca de 400m de
diâmetro e é possivelmente composto de materiais à base de carbono e
algumas rochas de silicato. Segundo cientistas da Nasa, agência espacial
americana, a pedra chegará às 21h28 (horário de Brasília) a meros 323,5
mil km do nosso planeta.
A passagem tão próxima do nosso planeta não é tão rara. Segundo o astrônomo Alexandre Cherman, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, asteroides dos mais variados tipos e tamanhos se aproximam com frequência da Terra. "Passar a uma distância menor do que a distância Terra-Lua é realmente mais incomum por simples razões estatísticas: quanto mais você limitar o seu espaço de observação, mais difícil vai ser observar alguma coisa ali. Para este asteroide em particular, esta é a maior aproximação dos últimos 200 anos."
Mas, para o tempo que vivemos na Terra, presenciar esta passagem pode ser algo raro. O astrônomo Scott Fisher, da Fundação Nacional de Ciências dos EUA aponta que esta é a primeira vez desde 1976 que um objeto desse tamanho passa tão perto da Terra. Para ele, o fato oportuniza uma grande e rara chance de estudar um objeto próximo da Terra.
A passagem do YU 55 será visível apenas no Hemisfério Norte e, ainda sim, com a ajuda de telescópios. Ele é escuro demais para ser visto a olho nu. O professor Enos Picazzio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) alerta que "mesmo com telescópio não é simples ver o asteroide porque o objeto é pequeno e muito escuro, além de ser preciso saber com exatidão sua localização".
Perto, muito perto: mas não há risco?
A Nasa monitora a órbita do asteroide, mas garante que ele não colidirá com a Terra. Astrônomos garantem que a previsão é segura. "Há a Escala de Turim, que calcula o risco de uma colisão devastadora. Esse risco é calculado a partir dos dados orbitais do objeto (e os da Terra também), bem como o seu tamanho e sua velocidade. Até fevereiro de 2010, este objeto era grau 1 na escala de Turim (o que significa 'chances de colisão altamente improváveis'), mas foi rebaixado para grau 0 ('sem risco de colisão') após cálculos mais precisos", esclarece Cherman.
A Nasa trabalha em cima de modelos computacionais e com instrumentos de precisão que mostram que não há risco de colisão, pelo menos, para os próximos 100 anos. Contudo, se ele realmente colidisse com a Terra, "a depender do local, seria uma catástrofe de proporções imprevisíveis", assinala Picazzio.
Alexandre Cherman aponta que haveria um enorme tsunami, que varreria o planeta. "A maior probabilidade é que um objeto desses caia no mar, pois a Terra tem 75% da sua superfície coberta por água", diz. E o impacto de um objeto deste tamanho seria maior que o do objeto que caiu na Sibéria, em 1908. "Aquele objeto tinha algumas dezenas de metros de diâmetro, ou seja, era um décimo do asteroide 2005 YU 55", explica.
O astrônomo refere-se ao Evento Tunguska, que no dia 30 de junho de 1908 destruiu 80 milhões de árvores em uma área de 2.150 km² na região de Tunguska, na Rússia. Calcula-se que a explosão foi equivalente a mil bombas atômicas iguais à de Hiroshima. Apesar de não existir uma explicação oficial, a tese mais amplamente aceita pelos cientistas avalia que a devastação do Evento Tunguska foi feita pelo deslocamento de ar causado pela explosão de um cometa ou um meteorito a uma altitude entre 5 e 10 km.
YU 55
O asteroide YU 55 foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projeto Spacewatch, grupo de cientistas que observa o Sistema Solar perto de Tucson, no Arizona. Os astrônomos que estudam este objeto, classificado como um asteroide de classe C, dizem que é muito escuro, cor de carvão, e bastante poroso. Esta é a primeira vez que os astrônomos poderão ver sua passagem perto da Terra. "Se isso aconteceu antes, nem ficamos sabendo", declara Cherman.
O objeto faz parte de um conjunto de 1.262 asteroides grandes, que giram ao redor do Sol e têm mais de 150 m de largura, que a Nasa qualifica como "potencialmente perigosos".
A previsão, segundo o astrônomo da Fundação Planetário, é que ele volte a repetir o fato apenas em 2041. Cientistas suspeitam que há milênios o YU 55 esteja visitando a Terra, mas, devido à atração gravitacional dos planetas, que ocasionalmente altera sua rota, é impossível dizer com certeza há quanto tempo o asteroide percorre a sua órbita atual.
Fonte Terra
A passagem tão próxima do nosso planeta não é tão rara. Segundo o astrônomo Alexandre Cherman, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, asteroides dos mais variados tipos e tamanhos se aproximam com frequência da Terra. "Passar a uma distância menor do que a distância Terra-Lua é realmente mais incomum por simples razões estatísticas: quanto mais você limitar o seu espaço de observação, mais difícil vai ser observar alguma coisa ali. Para este asteroide em particular, esta é a maior aproximação dos últimos 200 anos."
Mas, para o tempo que vivemos na Terra, presenciar esta passagem pode ser algo raro. O astrônomo Scott Fisher, da Fundação Nacional de Ciências dos EUA aponta que esta é a primeira vez desde 1976 que um objeto desse tamanho passa tão perto da Terra. Para ele, o fato oportuniza uma grande e rara chance de estudar um objeto próximo da Terra.
A passagem do YU 55 será visível apenas no Hemisfério Norte e, ainda sim, com a ajuda de telescópios. Ele é escuro demais para ser visto a olho nu. O professor Enos Picazzio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) alerta que "mesmo com telescópio não é simples ver o asteroide porque o objeto é pequeno e muito escuro, além de ser preciso saber com exatidão sua localização".
Perto, muito perto: mas não há risco?
A Nasa monitora a órbita do asteroide, mas garante que ele não colidirá com a Terra. Astrônomos garantem que a previsão é segura. "Há a Escala de Turim, que calcula o risco de uma colisão devastadora. Esse risco é calculado a partir dos dados orbitais do objeto (e os da Terra também), bem como o seu tamanho e sua velocidade. Até fevereiro de 2010, este objeto era grau 1 na escala de Turim (o que significa 'chances de colisão altamente improváveis'), mas foi rebaixado para grau 0 ('sem risco de colisão') após cálculos mais precisos", esclarece Cherman.
A Nasa trabalha em cima de modelos computacionais e com instrumentos de precisão que mostram que não há risco de colisão, pelo menos, para os próximos 100 anos. Contudo, se ele realmente colidisse com a Terra, "a depender do local, seria uma catástrofe de proporções imprevisíveis", assinala Picazzio.
Alexandre Cherman aponta que haveria um enorme tsunami, que varreria o planeta. "A maior probabilidade é que um objeto desses caia no mar, pois a Terra tem 75% da sua superfície coberta por água", diz. E o impacto de um objeto deste tamanho seria maior que o do objeto que caiu na Sibéria, em 1908. "Aquele objeto tinha algumas dezenas de metros de diâmetro, ou seja, era um décimo do asteroide 2005 YU 55", explica.
O astrônomo refere-se ao Evento Tunguska, que no dia 30 de junho de 1908 destruiu 80 milhões de árvores em uma área de 2.150 km² na região de Tunguska, na Rússia. Calcula-se que a explosão foi equivalente a mil bombas atômicas iguais à de Hiroshima. Apesar de não existir uma explicação oficial, a tese mais amplamente aceita pelos cientistas avalia que a devastação do Evento Tunguska foi feita pelo deslocamento de ar causado pela explosão de um cometa ou um meteorito a uma altitude entre 5 e 10 km.
YU 55
O asteroide YU 55 foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projeto Spacewatch, grupo de cientistas que observa o Sistema Solar perto de Tucson, no Arizona. Os astrônomos que estudam este objeto, classificado como um asteroide de classe C, dizem que é muito escuro, cor de carvão, e bastante poroso. Esta é a primeira vez que os astrônomos poderão ver sua passagem perto da Terra. "Se isso aconteceu antes, nem ficamos sabendo", declara Cherman.
O objeto faz parte de um conjunto de 1.262 asteroides grandes, que giram ao redor do Sol e têm mais de 150 m de largura, que a Nasa qualifica como "potencialmente perigosos".
A previsão, segundo o astrônomo da Fundação Planetário, é que ele volte a repetir o fato apenas em 2041. Cientistas suspeitam que há milênios o YU 55 esteja visitando a Terra, mas, devido à atração gravitacional dos planetas, que ocasionalmente altera sua rota, é impossível dizer com certeza há quanto tempo o asteroide percorre a sua órbita atual.
Fonte Terra