A briga continua
Os chamados céticos do aquecimento global perderam uma batalha importante nesta semana.
Uma nova análise usou dados e métodos diferentes para chegar à mesma
conclusão - de que a superfície da Terra está ficando mais quente.
Mas isto está longe de acabar com a histórica luta entre
climatologistas, que tem contribuído para lançar dúvidas na população
acerca do fenômeno - como decorrência desse embate, pesquisas têm
mostrado variações no apoio do público às medidas de combate às mudanças
climáticas.
Os chamados céticos até agora se alinhavam em duas vertentes.
A primeira defendia que não haveria aquecimento global, e que os
dados sugeriam isto porque as estações meteorológicas estavam mal
colocadas, amplificando um aquecimento que seria típico das cidades.
Esta vertente agora parece ter perdido totalmente seus argumentos, graças a este novo estudo.
Mas há ainda uma segunda vertente, que defende que o aquecimento
global realmente existe, mas não é causado pelo homem. Estes continuarão
de bandeira em punho, porque seus argumentos não foram descartados pelo
novo estudo.
Aquecimento global de 1º C
Desde 1950, a temperatura média em terra aumentou em um grau centígrado, segundo as descobertas do grupo Berkeley Earth Project.
O Berkeley Earth Project usou novos métodos e novos dados, mas as
descobertas do grupo seguem a mesma tendência climática vista pela Nasa e
pelo Escritório de Meteorologia da Grã-Bretanha, por exemplo.
"Nossa maior surpresa foi que os novos resultados concordam com os
valores de aquecimento publicados anteriormente por outras equipes nos
Estados Unidos e Grã-Bretanha", afirmou o professor Richard Muller, que
estabeleceu o Berkeley Earth Project na Universidade da Califórnia reunindo dez cientistas renomados.
"Isto confirma que estes estudos foram feitos cuidadosamente e que o
potencial de (estudos) tendenciosos, identificados pelos céticos em
relação ao aquecimento global, não afetam seriamente as conclusões",
acrescentou.
O grupo de cientistas também relata que, apesar de o efeito de
aumento de calor perto de cidades - o chamado efeito de ilha de calor
urbana - ser real e já ter sido estabelecido, ele não é o responsável
pelo aquecimento registrado pela maioria das estações climáticas no
mundo todo.
Ilhas de calor
O grupo examinou as alegações de blogueiros "céticos" em relação ao
fenômeno, que afirmam que os dados de estações meteorológicas não
mostram uma tendência verdadeira de aquecimento global.
Eles dizem que muitas estações meteorológicas registraram aquecimento
por estarem localizadas perto de cidades - e as cidades crescem,
aumentando o calor.
No entanto, o grupo de cientistas descobriu cerca de 40 mil estações
meteorológicas no mundo todo cujas informações foram gravadas e
armazenadas no formato digital.
Os pesquisadores então desenvolveram uma nova forma de analisar os
dados para detectar a tendência das temperaturas globais em terra desde
1800.
O resultado foi um gráfico muito parecido com aqueles produzidos
pelos grupos mais importantes do mundo, que tiveram seus trabalhos
criticados pelos céticos.
Dois destes três registros são mantidos pelos Estados Unidos, na
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e na Nasa. O
terceiro é uma colaboração entre o Escritório de Meteorologia da
Grã-Bretanha e o Centro de Pesquisa Climática da Universidade de East
Anglia (UEA).
ClimaGate
O professor Phil Jones, do Centro de Pesquisa Climática da UEA,
encarou o trabalho do grupo com cautela e afirmou que espera ler "o
relatório final", quando for publicado.
"Estas descobertas iniciais são muito encorajadoras e ecoam nossos
resultados e nossa conclusão de que o impacto das ilhas urbanas de calor
na média global de temperatura é mínimo", disse.
Phil Jones foi um dos cientistas britânicos acusados de manipular dados para exagerar a influência humana no aquecimento global. Os cientistas foram inocentados em 2010.
O caso teve início em 2009, com o vazamento de e-mails de Jones nos
quais o cientista parecia sugerir que alguns dados de pesquisas sobre o
aquecimento global fossem excluídos de apresentações que seriam
realizadas na conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
O episódio deu munição aos céticos em relação ao papel dos seres
humanos nas alterações climáticas. Mas a sindicância da Universidade de
East Anglia concluiu que não havia dúvidas sobre o rigor e a honestidade
dos cientistas.
Revisão aberta
Bob Ward, diretor de política e comunicações para o Instituto Graham
de Mudança Climática e Meio Ambiente, de Londres, afirmou que o
aquecimento global é claro.
"Os chamados céticos devem deixar de lado suas alegações de que o
aumento na temperatura média global pode ser atribuído ao impacto do
crescimento das cidades", disse.
A equipe do Berkeley Earth Project decidiu divulgar os dados de suas
pesquisas inicialmente em seu próprio website, em vez de fazê-lo em uma
publicação especializada.
Os pesquisadores estão pedindo para que os internautas comentem e
forneçam suas opiniões antes de preparar os manuscritos para a
publicação científica formal.
Richard Muller, que criou o grupo de pesquisa, afirmou que esta livre
circulação de informações marca uma volta à forma como a ciência
precisa ser feita, ao invés de apenas publicar o estudo em revistas
científicas.
Fonte IT
Nota: Independentemente de estar havendo ou não um aquecimento no planeta, o problema está em usar esse assunto para causar alarde e, consequentemente, impor leis que restringem a liberdade individual. É certo que algo de errado está acontecendo em nosso planeta, pois isso é profético.