07 junho 2010

Eucaristia, elemento unificador da Igreja, afirma Papa (Onde lê-se "Eucaristia", faça a mudança Domingo)

Celebra Missa no Palácio de Esportes Eleftheria de Nicósia

Por Roberta Sciamplicotti

NICÓSIA, domingo, 6 de junho de 2010 (ZENIT.org). - Celebrando nesta manhã de domingo a Missa no Palácio de Esportes Eleftheria de Nicósia, capital de Chipre, Bento XVI destacou a importância da Eucaristia, lembrando que aqueles que "se nutrem do corpo e do sangue de Cristo na Eucaristia são reunidos pelo Espírito Santo num só corpo para formar o único povo santo de Deus".

A celebração foi realizada na ocasião da publicação do Instrumentum Laboris da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que se realizará em Roma entre os dias 10 e 24 de outubro.

Participaram da Missa os patriarcas e bispos católicos do Oriente Médio, com representantes das respectivas comunidades. Estava também presente Sua Beatitude Crisóstomos II, arcebispo de Nova Justiniana e de todo Chipre, figura de grande relevância no âmbito do diálogo ecumênico.

O Palácio do Esporte, com capacidade para 7 mil espectadores, estava lotado. Muitos fiéis acompanharam a celebração do lado de fora, onde foram disponibilizadas cadeiras para todos os que não puderam entrar no ginásio.

O Papa se disse "feliz por esta oportunidade de celebrar a Eucaristia junto a tamanho número de fiéis de Chipre, uma terra abençoada pelo trabalho apostólico de São Paulo e São Barnabé", e saudou todos os presentes "com grande afeto", agradecendo "pela hospitalidade e pela generosa acolhida" a ele oferecidas.

Particularmente, dirigiu uma saudação especial às comunidades de imigrantes presentes em Chipre, pedindo em oração para que sua presença "possa enriquecer a atividade e o culto das paróquias", enquanto possam também encontrar "apoio espiritual da antiga herança cristã da terra" que escolheram como casa.

Lembrando que a Igreja celebra neste domingo a solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo, o Papa observou que o nome dado à celebração no Ocidente, Corpus Christi, é usado na tradição da Igreja para indicar "três realidades distintas": "o corpo físico de Jesus, nascido da Virgem Maria, seu corpo eucarístico, o pão do céu que nos nutre neste grande sacramento, e seu corpo eclesial, a Igreja".

Refletindo sobre estes diferentes aspectos, indicou, "chegamos a uma compreensão mais profunda do mistério da comunhão que liga todos aqueles que pertencem à Igreja": "Todos aqueles que se nutrem do corpo e do sangue de Cristo na Eucaristia são reunidos pelo Espírito Santo num só corpo para formar o único povo santo de Deus".

"Assim como o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos no cenáculo em Jerusalém, o mesmo Espírito Santo opera em toda celebração da Missa por um duplo escopo: santificar as oferendas do pão e do vinho, para que se tornem o corpo e o sangue de Cristo, e alimentar aqueles que são nutridos por estas santas oferendas, para que possam se tornar um só corpo e um só espírito em Cristo", prosseguiu o Pontífice.

Citando uma alegoria de Santo Agostinho, que "nos lembra que o pão não é preparado a partir de um, mas sim de numerosos grãos", lembrou que "cada um dos que pertencem à Igreja tem necessidade de sair do mundo fechado de sua própria individualidade e aceitar a companhia daqueles que partilham do pão com ele".

"Derrubar as barreiras entre nós e nossos vizinhos é a primeira condição para adentrar na vida divina à qual somos chamados."

Assim, do mesmo modo que nas antigas comunidades cristãs, somos chamados a "superar nossas diferenças, a levar a paz e a reconciliação onde houver conflitos, a oferecer ao mundo uma mensagem de esperança. Somos chamados a estender nossa atenção aos necessitados, dividindo generosamente nossos bens terrenos com aqueles menos afortunados do que nós. E somos chamados a proclamar incessantemente a morte e ressurreição do Senhor, até que Ele venha".

Em sua saudação ao Papa antes da celebração, o arcebispo maronita de Chipre, Youssef Soueif, agradeceu calorosamente por "sua missão de amor", desempenhada "em nível internacional".

Após a homilia de Bento XVI, tomou também a palavra o arcebispo Nikola Eterović, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, que lembrou a importância da reunião de outubro, ocasião em que rezará pela promoção de "um novo dinamismo pastoral" nas Igrejas do Oriente Médio, como também para que estas Igrejas possam estar "cada vez mais empenhadas na evangelização e na promoção humana", em colaboração com as outras duas grandes religiões monoteístas, o judaísmo e o islamismo.

Fonte Zenit

Nota: A Celebração da Eucaristia, realizada aos domingos pela Igreja Católica, é um ato que eles se reportam ao "partir do pão" realizado por Paulo em Atos 20:7, esse evento foi realizado no primeiro dia da semana. Dessa forma, os defensores do domingo, com base nesse texto, concluem que os primeiros cristãos já realizavam a Santa Ceia no domingo, sendo, assim, um dia santificado pelos apóstolos desde o início da igreja cristã. Entretanto, uma análise mais profunda do texto aponta para outra interpretação mais cabível. Leiamos o verso completo: "No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido a fim de partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles, e prolongou o seu discurso até a meia-noite.” Atos 20:7. Vamos analisar alguns pontos interessantes:

1. “partir o pão” – Seria a realização da Santa Ceia ou um simples costume entre os primeiros cristãos? A Santa Ceia, instituída por Cristo (Mateus 26) e confirmada por Paulo (I Coríntios 11), não é realizada somente com “partir o pão”, são dois os elementos principais, o pão e o vinho, de acordo com os textos citados (Mateus 26 e I Coríntios 11). Conclui-se então que, a omissão do vinho nesse evento, elemento essencial na Santa Ceia, “partir o pão” no texto significa a realização de um costume que existia entre os primeiros cristãos de comerem juntos, suas refeições. Esse fato é confirmado ao compararmos o texto a outros existentes no livro de Atos. Vejamos: “e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Atos 2:42. “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração” Atos 2:46. “E, havendo dito isto, tomou o pão, deu graças a Deus na presença de todos e, partindo-o começou a comer. Então todos cobraram ânimo e se puseram também a comer.” Atos 27:35.

2. Mesmo que tivesse sido uma Santa Ceia, isso não justificaria a mudança do sábado para o domingo como dia sagrado. Perceba também que Paulo não partiu o pão e prolongou o discurso até a meia noite por que era o primeiro dia da semana (domingo), mas sim por que “havia de sair no dia seguinte”. Conclui-se que, mesmo que tivesse sido uma Santa Ceia, ela não foi realizada por ser o primeiro dia da semana, mas por que Paulo viajaria no dia seguinte.

3. Seria mesmo domingo, o dia da realização da Santa Ceia, se ela realmente foi ali realizada? Levando-se em consideração que o dia começa e termina ao pôr-do-sol, de acordo com a Bíblia (Levítico 23:32). O dia é dividido em duas partes, tarde e manhã, vindo primeiro a tarde, para depois a manhã, sendo a tarde parte escura (noite), e manhã parte clara (dia). Essa divisão é clara em Gênesis 1:5, 8, 13, 19, 23 e 31. Tendo isso por base, pois os apóstolos eram fiéis ao texto sagrado, compreendamos o seguinte:

a. Se os apóstolos estavam reunidos desde o primeiro dia da semana (domingo), então o partir do pão, a Santa Ceia, como alguns querem, não foi realizada no domingo, mas sim na noite de segunda-feira, que começa ao pôr-do-sol de domingo, dessa forma, a alegação de que a realização da Santa Ceia justificaria a guarda do domingo, recai sobre a segunda-feira.

b. Se a Santa Ceia foi na noite de domingo, sendo a noite de domingo após o pôr-do-sol de sábado, então os apóstolos estavam reunidos durante as horas do sábado. Dessa forma confirma que os cristãos estavam juntos celebrando o sábado e a Santa Ceia foi realizada no final do culto, sendo já nas horas do domingo.
Lembremos que a mudança do horário que começa e termina o dia para meia noite foi realizada pelo homem, para Deus o dia começa e termina ao pôr-do-sol (Levítico 23:32), momento da viração do dia. (Gênesis 3:8).

De acordo com a explicação acima, conclui-se que o texto apresentado como base para justificar a guarda do domingo é, no mínimo, controverso e cheio de problemas interpretativos, não sendo aconselhável tomar-lo para formular doutrina alguma, pois apenas apresenta a realização de um costume da igreja primitiva em realizar suas refeições em conjunto. E, mesmo que o texto trate de uma realização de Santa Ceia, os problemas para justificar a guarda do domingo ficam evidentes e complicados para seus defensores.

Precisamos também não esquecer que estamos tratando da mudança da Lei de Deus, escrita com o Seu próprio dedo (Êxodo 31:18 e Deuteronômio 9:10) e um texto dessa natureza não pode justificar tal mudança na escritura do próprio Dedo de Deus. A Bíblia afirma em Daniel 7:25 que um poder dominado por Satanás faria a mudança na Lei de Deus. Portanto, tomemos cuidado para não nos colocar do lado de Satanás.

Que Deus nos abençoe.