LIMA (Reuters) - Um terremoto de magnitude 7,0 atingiu nesta quarta-feira o Peru, com epicentro perto de Pucallpa, próximo à fronteira com o Brasil. O tremor assustou a população e sacudiu prédios, mas não há relatos de danos ou vítimas.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor aconteceu a 82 quilômetros ao norte de Pucallpa, região da floresta amazônica peruana, e a 210 quilômetros de Cruzeiro do Sul, no Acre, sendo sentido de maneira forte na cidade brasileira.
"Foi aquela sensação de quando você está num barco e ele balança", disse à Reuters o jornalista Nelson Liano, que mora em Cruzeiro do Sul e estava em um supermercado. "Os produtos mais leves caíram das prateleiras."
Os bombeiros da cidade afirmaram que receberam chamadas de emergências, mas é improvável que o terremoto tenha causado danos "sérios", segundo o major Moisés.
Na região do terremoto, zona central do Peru, operam algumas empresas petrolíferas, como a espanhola Repsol-YPF e a brasileira Petrobras, mas não existem reservas de minérios.
O diretor de operações do Instituto Nacional de Defesa Civil do Peru, Guillermo Alvizuri, disse a uma rádio local que até o momento não há informações de danos em nenhum lugar do país exportador de metais.
"Não há registros de casas destruídas, há problemas com a comunicação por telefone", disse ele.
O terremoto foi sentido também na capital peruana, Lima, a 600 quilômetros do epicentro, sacudindo prédios, informaram testemunhas. Algumas comunicações telefônicas foram interrompidas na cidade.
De acordo com informações de rádios peruanas, o tremor foi sentido com força em toda a região central do país, causando alarme na população, com estudantes saindo assustados de suas salas de aula e trabalhadores deixando seus escritórios.
O terremoto foi inicialmente relatado como sendo de magnitude 6,9, depois passou a 6,8, e teve profundidade de 145,2 quilômetros.
"É uma profundidade que não é das maiores, (o terremoto) pôde ser sentido, mas certamente não causou danos", afirmou à Reuters o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, Lucas Vieira Barros.
"É uma região comum de terremotos, porque é uma região limítrofe de placas tectônicas. A gênese desse terremoto está associada à submersão... a placa de Nazca que mergulha embaixo da placa Sul-Americana e gera o atrito", explicou.
(Reportagem de Caroline Stauffer, em Lima, de Raymond Colitt, em Brasília, e de Bruno Marfinati, em São Paulo)
Fonte Reuters Brasil