Últimos indicadores vêm acentuar receios de EUA, Japão, Zona Euro e Reino Unido estarem, ou virem a estar, em recessão dentro de meses.
Um ano decorrido sobre o início da crise do subprime, as perspectivas não são animadoras. O banco norte-americano Goldman Sachs deixou ontem o aviso: mais de metade da economia mundial enfrenta risco de recessão.
Segundo afirmou à imprensa internacional o economista do Goldman Binit Patel, os Estados Unidos, o Japão, os países da Zona Euro e o Reino Unido "ou já estão em recessão ou enfrentam riscos significativos de recessão nos próximos meses".
Na origem de actual cenário está a crise do crédito de alto risco, que atingiu as maiores instituições financeiras mundiais, provocando perdas totais na ordem dos cerca de 336 mil milhões de euros. A ela se vieram juntar as crescentes dificuldades na obtenção de financiamento bancário e a escalada dos preços das matérias--primas, como o petróleo.
Também os economistas do suíço UBS voltaram atrás esta semana com a sua previsão de crescimento para o próximo ano. Dos 3,1 por cento inicialmente previstos, ficam-se agora pelos 2,9 - um valor próximo dos 2,5 por cento, onde já se fala de recessão.
Para os EUA, este panorama está a ficar cada vez mais próximo. O índice de indicadores económicos do país, divulgado ontem, caiu 0,7 por cento em Julho, a maior queda em quase um ano. Para a segunda metade de 2008, as previsões não são melhores, devendo a economia abrandar ainda mais. Na Europa, o cenário continua a ser de estagnação. A economia na Zona Euro praticamente não mostrou sinais de recuperação em Agosto, com os resultados do sector privado a contraírem-se pelo terceiro mês consecutivo. O índice PMI, que cobre a indústria e os serviços, aumentou para 48,0, em relação aos 47,8 em Julho, mas manteve-se abaixo dos 50, o que indicia contracção da actividade.
Com tantos resultados negativos, uma vez mais, ontem, foi dia de perdas para a generalidade das bolsas mundiais.