espionagem
clandestino, operacional desde 2008, cuja complexidade técnica leva a
crer que sua criação foi, no mínimo, supervisionada por serviços de
inteligência de algum país.
Washington - O grupo de segurança informática Symantec anunciou ter descoberto um programa de
Denominado "Regin", o programa é um Troyan altamente sofisticado, do
tipo "backdoor" (porta falsa), que permite vigiar os alvos escolhidos
com total discrição.
"As equipes da Symantec detectaram brechas de segurança comprovadas em
10 países, em primeiro lugar na Rússia, depois na Arábia Saudita, que
concentraram cerca de um quarto das infecções cada um", explicou à AFP
Candid Wueest, pesquisador da empresa de segurança informática
americana.
Os outros países afetados foram México, Irlanda, Índia, Afeganistão, Irã, Bélgica, Áustria e Paquistão.
Segundo o informe, também foram infectadas empresas de telecomunicações, aparentemente para ter acesso a chamadas desviadas através de sua infraestrutura, acrescentou o informe.
Kaspersky afirmou, ainda, que Regin também parece ter entrado em comunicações móveis através de redes GSM.
"No mundo de hoje, nos tornamos muito dependentes de redes de celular,
que dependem fortemente de velhos protocolos de comunicação", explicou
Kaspersky.
Sentinela nas sombras
Ao contrário do "Stuxnet", que tinha como alvo as centrífugas de
enriquecimento de urânio no Irã, a finalidade do "Regin" é coletar
diferentes tipos de dados ao invés de sabotar um sistema de controle
industrial.
"Regin" parece permitir aos atacantes fazer capturas de tela, assumir o
controle das funções do mouse, roubar senhas, monitorar o tráfego e
recuperar arquivos apagados.
Sua complexidade implica uma fase de concepção que deve ter durado
meses, inclusive anos, e exigiu um importante investimento financeiro.
"O tempo e os recursos empregados indicam que o encarregado é um país", assegurou Candid Wueest.
Segundo a Symantec, alguns alvos puderam ter sido enganados para
visitar versões falsas de sites conhecidos na web, com o objetivo de
permitir que o 'malware' se instale e citou um caso originado a partir
do Yahoo Instant Messenger.
Identificado pela primeira vez no ano passado pelo Symantec, o "Regin"
foi usado inicialmente entre 2008 e 2011, quando desapareceu.
Novas versões do 'malware'
Uma nova versão deste 'malware' voltou em 2013 e permanece ativa, e sem dúvidas existem outras versões e funcionalidades.
Quarenta e oito por cento das infecções correspondem a endereços que
pertencem a provedores ou serviços da internet, mas os alvos eram, na
verdade, os clientes destas companhias, e incluem empresas, organizações
governamentais e institutos de pesquisas.
A presença do 'Regin', "confirmada em ambientes como a hotelaria e a
aeronáutica, pôde servir aos seus incitadores, por exemplo para se
informar sobre as idas e vindas de algumas pessoas", disse o
especialista da Symantec.
Estas informações vêm à tona em um contexto de grandes preocupações com a ciberespionagem.
No mês passado, duas equipes de pesquisadores de segurança disseram que
os governos russo e chinês provavelmente estão por trás da
ciberespionagem generalizada que teve como alvos os Estados Unidos e
outros lugares do mundo.
Além disso, uma equipe de investigadores, liderada pela empresa de
segurança Novetta Soutions, disse ter identificado um grupo de hackers
que supostamente agia "em nome do aparato de inteligência do governo
chinês".
A empresa de segurança Fire Eye, por sua vez, indicou em um informe que
uma tentativa constante de piratear funcionários terceirizados da
Defesa dos Estados Unidos, governos do leste europeu e organizações
europeias de segurança está "provavelmente (sendo) patrocinada pelo
governo russo".
Fonte Exame.com