
Estas duas mulheres, citados pela agência Reuters fazem parte de um novo movimento no qual os adeptos da tecnologia, viciados em internet, utilizadores maníacos de Blackberrys e remetentes compulsivos de mensagens instantâneas decidiram retomar o controle da suas vidas ousando ficar offline, nem que seja apenas por um dia. Denis Bystrov e Ashutosh Rajekar, dois informáticos, estão a organizar este «Dia mundial offline», que deverá decorrer em Maio.
«É como se a nossa cabeça fosse em milhões de direcções diferentes ao mesmo tempo. Assim, reservar um dia para ficar completamente desligada de qualquer força tecnológica permite que recuperemos nossa conexão com o mundo real», disse Sharon Sarmiento, 30 anos, que é dona de uma empresa virtual e profissional de blogs.
«Amo a tecnologia. Não sou inimiga das máquinas. Mas compreendi que tinha um problema quando percebi que acontecia sentar-me ao computador para ler e-mails e só parava seis horas mais tarde, depois de acabar a ver vídeos de animais no YouTube», disse Ariel Meadows Stallings, uma escritora de 33 anos que decidiu que irá ficar 52 noites offline este ano.
«Tentava recordar o que tinha feito nas últimas duas horas, mas nem fazia ideia. Associo essa experiência àquela sensação de que o tempo passou sem que saibamos o que estávamos a fazer, que nos afecta depois de uma forte bebedeira», disse.
Um problema global
Depois de perceber o vício, Stallings mantém agora o computador, telemóvel e televisão desligados todas as noites de quarta-feira. Ironicamente, usou o seu blog (http://52nightsunplugged.ning.com ) para divulgar a ideia e encontrou pessoas que levam o portátil para a casa de banho, mandam sms enquanto conduzem ou lêem e-mails ao jantar.
«Não sabia que o problema era tão abrangente. Recebi mensagens do mundo inteiro de pessoas com o mesmo problema».
Offline. E agora?
Sarmiento, que escreve o blog eSoup (http://www.esoupblog.com/), retomou o hobbie de pintar e faz voluntariado desde que começou o «dia de descanso digital» há dois meses.
Já Stallings começou aulas de dança com o marido, encontra-se com amigos e começou a escrever cartas, à mão, claro. Ela aguarda ansiosa o dia em que a tecnologia alcançar a necessidade de descanso digital. «Haverá telemóveis que poderão ser configurados para não receber e-mail depois das cinco da tarde do sábado ou aos domingos», disse.
Fonte Portugal Diário